quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Mondrian 3D

T
rabalhar com arte abstrata nem sempre é algo fácil. A tendência da maioria dos alunos é considerar que “qualquer um pode fazer aquilo, até sua irmãzinha de três anos”. Sabemos que esse clichê não é verdadeiro, a questão do valor estético de uma obra de arte não está no grau de dificuldade técnica envolvido na sua realização, mas sim nas questões que o trabalho propõe, na forma como o artista reflete sua realidade sócio-histórica, no modo como essa obra faz avançar as fronteiras da própria arte etc.
Piet Mondrian é um artista singular, criou uma obra de grande rigor e economia formal, seu trabalho é ao mesmo tempo simples e complexo, místico e utópico.
Com o objetivo de aproximar os alunos da obra de Mondrian e de seu vocabulário formal, resolvi propor uma atividade que possibilitasse desenvolver os conceitos de bidimensionalidade e tridimensionalidade. Desse modo partimos das pinturas de Mondrian para a criação de objetos/caixas que levariam Mondrian para o espaço plástico tridimensional. Cada aluno criou sua própria caixa, todas juntas formaram um painel único que de certo modo mantém a dualidade vertical/horizontal tão explorada na pintura do mestre holandês. Vejam o vídeo, espero que gostem, pois foi muito divertido fazer. 

domingo, 17 de outubro de 2010

Arte para Vestir


C
omo prometi no post anterior, aqui vai um pequeno relato da atividade que realizamos a partir da observação das obras de Hélio Oticicica [parangolés] e do fotógrafo sueco Carl Kleiner.

Kleiner tem uma série de fotos chamadas Ceremony, nessas fotos pessoas tem o rosto coberto por dobraduras, em algumas fotos é o espaço que é ocupado por esses origamis.

Pensamos em unir as duas idéias, a de HO que propõe uma pintura que só tem existência quando vestida e a de C. Kleiner que cria uma imagem de caráter fashion e que brinca com a geometrização do espaço.

Após observação e conversa sobre as obras dos dois artistas, dividi os alunos em grupos e propus que eles criassem origamis que pudessem funcionar como uma espécie de roupa ou camuflagem. A turma 2002 trabalhou como um único grupo, eles fizeram dezenas de barquinhos e praticamente cobriram um colega com essas dobraduras, no final colocaram alguns barcos aos pés do modelo e batizaram o trabalho de “o navegante”, foi uma experiência bastante forte e gostei especialmente do resultado das fotografias, que em sua maioria foram feitas pela garotada.  Podemos notar de modo bem explicito a influência do universo pop na cultura visual dos alunos. Alguns trabalhos lembram guerreiros espaciais, outros lembram divas pop como Lady Gaga, há ainda um certo clima vídeo game nas propostas.