sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Mondrian [Faça o Seu Próprio]


Eu considero a obra de Piet Mondrian como "uma chave" para a compreensão da arte moderna e contemporânea. Ele não apenas consolidou um estilo de pintura baseado em princípios muito simples, mas também uma filosofia e um pensamento estético que contaminam toda produção em arquitetura e design dos últimos tempos.  Por tudo isso é muito difícil abrir mão de apresentar a obra desse artista para meus alunos. Esse ano não foi diferente, e lá fomos nós ver Mondrian e, por que não,  brincar com ele!











Para saber mais visitem o site ArtArte

Ione Saldanha [A Cor no Espaço]


Como os alunos do Médio estão trabalhando com a questão da abstração, resolvi apresentar a obra da artista brasileira Ione Saldanha. O elemento mais interessante na obra de Ione é a passagem que ela faz do plano bidimensional para os suportes tridimensionais, pintando sobre pedaços de bambu, bobinas de madeira, ripas etc. 

Para conhecer um pouco mais o trabalho dessa artista sugiro a leitura do material produzido pelo educativo da Fundação Iberê Camargo (clique aqui)

Depois de mostrar algumas imagens dos trabalhos de Ione e conversar sobre seu percurso. Propus aos alunos que fizéssemos dois exercícios, um seria construir uma estrutura usando tubos de papelão e depois pintá-los dando máxima atenção à questão da cor, para um outro grupo de alunos sugeri que repetissem o procedimento da Ione, pintando “tiras” de papelão de modo semelhante ao que a artista fazia com suas ripas de madeira.







 Foi bastante trabalho, mas os meninos deram conta do recado. 



Visite também > MAC-USP

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Sonia Delaunay [ Abstração ]




Sonia Delaunay fundou, junto com o marido  Robert Delaunay, um  movimento artístico chamado ORFISMO, que se caracterizou pelo uso de cores fortes e formas geométricas. O seu trabalho estende-se da pintura, ao design de tecidos e moda. Ela foi a primeira artista mulher a ter uma exposição retrospectiva no Louvre em 1964. Seu trabalho até hoje tem forte influência no design, especialmente no universo da moda.




Após observarmos algumas reproduções de pintura de Sonia, propus aos alunos que realizassem uma composição abstrata baseada em dois elementos, o círculo e uma linha reta que poderia dividir o plano do papel em duas partes da forma que eles considerassem melhor. Depois de feito o desenho, pedi que pensassem numa palheta de cores, procurando equilibrar a composição. Parece simples, mas na verdade é uma atividade que, para ser bem sucedida, requer que o aluno já tenha algum domínio de alguns fundamentos do design (como equilíbrio, ritmo, unidade, etc), além disso é preciso também que o aluno já tenha uma boa base de conhecimentos a respeito do uso da cor (círculo cromático, misturas, harmonias cromáticas, cores análogas, complementares, quentes, frias, etc). Fiquei muito satisfeito com os resultados, pois deu para perceber que houve um amadurecimento dos alunos quanto as suas habilidades para planejar e executar seus trabalhos, se comparado ao início do ano letivo. Estamos caminhado... 









Infelizmente não foi possível expor todos os trabalhos, 
mesmo tendo um mural bem grande, faltou espaço :(

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Kandinsky [ Abstração / Pintura ]


Após tratarmos da invenção da fotografia, do impressionismo e do cubismo; agora os alunos do Ensino Médio estão pesquisando e trabalhando com a arte abstrata. Iniciamos com Kandinsky, pintor russo considerado o primeiro artista moderno a desenvolver uma pintura não figurativa. Assistimos a um vídeo, vimos algumas reproduções de pinturas de diferentes momentos da obra desse artista e então passamos a atividade.

A atividade consiste em duas etapas, a primeira é pintar o fundo usando aquarela (se você não tiver aquarela disponível, pode fazer uma mistura de anilina com álcool e usar como se fosse aquarela líquida, funciona bem também). Depois os alunos pintaram com lápis de cor algumas figuras geométricas impressas em uma ficha que distribui. É importante pedir aos alunos que pensem numa cartela de cores antes de começar a atividade. Eu solicitei que eles decidissem antes se usariam cores quentes ou frias no fundo. Se usassem cores frias no fundo, as figuras deveriam ser coloridas com cores quentes e vice-versa. Para colorir as figuras pedi que limitassem a escolha de cores a 3 ou 4, pois assim fica mais fácil compor o trabalho.





Depois de coloridos o fundo e as figuras, os alunos recortam as figuras da ficha e colam no fundo. Mas atenção! Eles não devem colar aleatoriamente, peça para que organizem todas as figuras sobre o fundo, até acharem que a composição ficou boa, para só então colar tudo. Finalmente os alunos devem traçar linhas sobre a composição usando hidrocor preto. É interessante essa etapa do trabalho, pois sem as linhas a composição não tem unidade.

Com os trabalhos prontos é importante pedir que os alunos comparem suas produções, pois apesar de terem usado o mesmo material e as mesmas figuras em quantidades iguais, os resultados são diferentes e transmitem sensações diversas também. É uma ótima atividade para que o aluno compreenda que um trabalho abstrato não é simplesmente “fazer qualquer coisa”, mas que exige que o artista pense em formas, cores, espaço, ritmo; ou seja, que ele pense e uso os elementos formais da pintura.



sexta-feira, 10 de agosto de 2012

DESENHO MONSTRO


Com os alunos do 9º estou trabalhando a partir da história da arte brasileira, já falamos da pré-história e da arte indígena. Antes de abordar a questão do descobrimento e da presença portuguesa no Brasil, resolvi tratar da questão do imaginário europeu diante do “novo mundo”.

Nos séculos XV e XVI, quando ocorreram as grandes viagens marítimas, os europeus se depararam com realidades que eram bastante estranhas para eles. O oceano era um lugar onde reinava o imprevisível, ou seja, os navegadores não tinham certeza do que poderia acontecer, nem do que poderiam encontrar pelo caminho. As informações eram povoadas de mitos e superstições. Assim, ao partirem para as grandes viagens pelo oceano, os navegadores tinham em mente as informações de livros sobre viagens e também suas próprias crenças e mitos, que desde a Antiguidade povoavam
seus pensamentos. Essa informações míticas e supersticiosas pertenciam quase todas à tradição grega: Ctésias de Cnido em 398 antes de Cristo, já escrevia sobre a existência de raças fantásticas como os ciápodas que possuíam um único e grande pé, os homens peludos, sem cabeça, e que tinham os olhos nos ombros, etc; Plínio, em 77 depois de Cristo, também escrevia sobre os monstros e maravilhas que foram avistadas na Índia, como seres antropófagos (que comiam carne humana), seres andrógenos (que possuíam os dois sexos), etc. E tais informações foram sendo adaptadas ao longo do tempo. Porém, em geral, mantiveram-se quase sem alterações até o século XVI. Dessa forma pode-se entender o fato de os navegadores europeus terem visto sereias, antípodas (criaturas com os pés
virados para trás), cinocéfalos (criaturas com corpo humano e cabeça de cachorro que comiam carne humana), ciclopes (monstro caracterizado por ter um único olho no meio da testa), e outras tantas criaturas monstruosas e maravilhosas, quando viajaram por regiões desconhecidas. ( Wanessa de Souza, O imaginário europeu, as visões sobre o “Novo Mundo” e suas gentes) > Para ler o texto na integra acesse : http://www.fafich.ufmg.br/pae/apoio/oimaginarioeuropeuasvisoessobreonovomundoesuasgentes.pdf


Partindo dessa idéia de monstros e seres imaginários, propus as turmas que fizéssemos um desenho monstro! Os alunos desenharam uma enorme quantidade de monstros e seres fantásticos e depois colaram todos os pequenos desenhos sobre um papel craft com a forma de um único monstro - que eles mesmos desenharam - cada turma fez o seu próprio monstro. Foi muito divertido!