Com os alunos do
9º estou trabalhando a partir da história da arte brasileira, já falamos da pré-história
e da arte indígena. Antes de abordar a questão do descobrimento e da presença
portuguesa no Brasil, resolvi tratar da questão do imaginário europeu diante do
“novo mundo”.
Nos séculos XV e
XVI, quando ocorreram as grandes viagens marítimas, os europeus se depararam
com realidades que eram bastante estranhas para eles. O oceano era um lugar
onde reinava o imprevisível, ou seja, os navegadores não tinham certeza do que
poderia acontecer, nem do que poderiam encontrar pelo caminho. As informações
eram povoadas de mitos e superstições. Assim, ao partirem para as grandes viagens
pelo oceano, os navegadores tinham em mente as informações de livros sobre viagens
e também suas próprias crenças e mitos, que desde a Antiguidade povoavam
seus pensamentos.
Essa informações míticas e supersticiosas pertenciam quase todas à tradição grega:
Ctésias de Cnido em 398 antes de Cristo, já escrevia sobre a existência de
raças fantásticas como os ciápodas que possuíam um único e grande pé, os homens
peludos, sem cabeça, e que tinham os olhos nos ombros, etc; Plínio, em 77
depois de Cristo, também escrevia sobre os monstros e maravilhas que foram
avistadas na Índia, como seres antropófagos (que comiam carne humana), seres
andrógenos (que possuíam os dois sexos), etc. E tais informações foram sendo
adaptadas ao longo do tempo. Porém, em geral, mantiveram-se quase sem
alterações até o século XVI. Dessa forma pode-se entender o fato de os
navegadores europeus terem visto sereias, antípodas (criaturas com os pés
virados para
trás), cinocéfalos (criaturas com corpo humano e cabeça de cachorro que comiam
carne humana), ciclopes (monstro caracterizado por ter um único olho
no meio da testa), e outras tantas criaturas monstruosas e maravilhosas, quando
viajaram por regiões desconhecidas. ( Wanessa de Souza, O imaginário europeu,
as visões sobre o “Novo Mundo” e suas gentes) > Para ler o texto na integra
acesse : http://www.fafich.ufmg.br/pae/apoio/oimaginarioeuropeuasvisoessobreonovomundoesuasgentes.pdf
Partindo dessa idéia
de monstros e seres imaginários, propus as turmas que fizéssemos um desenho
monstro! Os alunos desenharam uma enorme quantidade de monstros e seres
fantásticos e depois colaram todos os pequenos desenhos sobre um papel craft
com a forma de um único monstro - que eles mesmos desenharam - cada turma fez o
seu próprio monstro. Foi muito divertido!
Ficou muito show! Dá até para fazer essa atividade com aquele meu trabalho de simetria com os nomes!
ResponderExcluir