Eu
considero a obra de Piet Mondrian como "uma chave" para a compreensão da arte
moderna e contemporânea. Ele não apenas consolidou um estilo de pintura baseado em princípios muito simples, mas também uma filosofia e um pensamento estético que contaminam toda
produção em arquitetura e design dos últimos tempos. Por tudo isso é muito difícil abrir mão de
apresentar a obra desse artista para meus alunos. Esse ano não foi diferente, e
lá fomos nós ver Mondrian e, por que não, brincar com ele!
>> ARTE-EDUCAÇÃO << Espaço criado para documentar o trabalho pelo professor Anderson Leitão e seus alunos. Atualmente nas escolas: CIEP 330 - Maria da Gloria Correa Lemos (Duque de Caxias), EM Dulce Trindade Braga (Duque de Caxias) e CEC - Piabetá. >>>> Anos 2010 / 2017 <<<<
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Ione Saldanha [A Cor no Espaço]
Como
os alunos do Médio estão trabalhando com a questão da abstração, resolvi
apresentar a obra da artista brasileira Ione Saldanha. O elemento mais
interessante na obra de Ione é a passagem que ela faz do plano bidimensional
para os suportes tridimensionais, pintando sobre pedaços de bambu, bobinas de
madeira, ripas etc.
Para conhecer um pouco mais o trabalho dessa artista sugiro a leitura do material produzido pelo educativo da Fundação Iberê Camargo (clique aqui)
Depois
de mostrar algumas imagens dos trabalhos de Ione e conversar sobre seu
percurso. Propus aos alunos que fizéssemos dois exercícios, um seria construir
uma estrutura usando tubos de papelão e depois pintá-los dando máxima atenção à
questão da cor, para um outro grupo de alunos sugeri que repetissem o
procedimento da Ione, pintando “tiras” de papelão de modo semelhante ao que a
artista fazia com suas ripas de madeira.
Foi
bastante trabalho, mas os meninos deram conta do recado.
Visite também > MAC-USP
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Sonia Delaunay [ Abstração ]
Sonia
Delaunay fundou, junto com o marido Robert Delaunay, um
movimento artístico chamado ORFISMO, que se caracterizou pelo uso de cores
fortes e formas geométricas. O seu trabalho estende-se da pintura, ao
design de tecidos e moda. Ela foi a primeira artista mulher a ter uma exposição
retrospectiva no Louvre em 1964. Seu trabalho até hoje tem forte
influência no design, especialmente no universo da moda.
Após
observarmos algumas reproduções de pintura de Sonia, propus aos alunos que
realizassem uma composição abstrata baseada em dois elementos, o círculo e uma
linha reta que poderia dividir o plano do papel em duas partes da forma que
eles considerassem melhor. Depois de feito o desenho, pedi que pensassem numa
palheta de cores, procurando equilibrar a composição. Parece simples, mas na
verdade é uma atividade que, para ser bem sucedida, requer que o aluno já tenha
algum domínio de alguns fundamentos do design (como equilíbrio, ritmo, unidade,
etc), além disso é preciso também que o aluno já tenha uma boa base de
conhecimentos a respeito do uso da cor (círculo cromático, misturas, harmonias
cromáticas, cores análogas, complementares, quentes, frias, etc). Fiquei muito
satisfeito com os resultados, pois deu para perceber que houve um
amadurecimento dos alunos quanto as suas habilidades para planejar e executar
seus trabalhos, se comparado ao início do ano letivo. Estamos caminhado...
Infelizmente não foi possível expor todos os trabalhos,
mesmo tendo um mural bem grande, faltou espaço :(
segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Kandinsky [ Abstração / Pintura ]
Após tratarmos da
invenção da fotografia, do impressionismo e do cubismo; agora os alunos do
Ensino Médio estão pesquisando e trabalhando com a arte abstrata. Iniciamos com
Kandinsky, pintor russo considerado o primeiro artista moderno a desenvolver
uma pintura não figurativa. Assistimos a um vídeo, vimos algumas reproduções de
pinturas de diferentes momentos da obra desse artista e então passamos a
atividade.
A atividade
consiste em duas etapas, a primeira é pintar o fundo usando aquarela (se você não
tiver aquarela disponível, pode fazer uma mistura de anilina com álcool e usar
como se fosse aquarela líquida, funciona bem também). Depois os alunos pintaram
com lápis de cor algumas figuras geométricas impressas em uma ficha que
distribui. É importante pedir aos alunos que pensem numa cartela de cores antes
de começar a atividade. Eu solicitei que eles decidissem antes se usariam cores
quentes ou frias no fundo. Se usassem cores frias no fundo, as figuras deveriam
ser coloridas com cores quentes e vice-versa. Para colorir as figuras pedi que
limitassem a escolha de cores a 3 ou 4, pois assim fica mais fácil compor o
trabalho.
Depois de coloridos
o fundo e as figuras, os alunos recortam as figuras da ficha e colam no fundo.
Mas atenção! Eles não devem colar aleatoriamente, peça para que organizem todas
as figuras sobre o fundo, até acharem que a composição ficou boa, para só então
colar tudo. Finalmente os alunos devem traçar linhas sobre a composição usando
hidrocor preto. É interessante essa etapa do trabalho, pois sem as linhas a
composição não tem unidade.
Com os trabalhos
prontos é importante pedir que os alunos comparem suas produções, pois apesar
de terem usado o mesmo material e as mesmas figuras em quantidades iguais, os
resultados são diferentes e transmitem sensações diversas também. É uma ótima
atividade para que o aluno compreenda que um trabalho abstrato não é
simplesmente “fazer qualquer coisa”, mas que exige que o artista pense em
formas, cores, espaço, ritmo; ou seja, que ele pense e uso os elementos formais
da pintura.
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
DESENHO MONSTRO
Com os alunos do
9º estou trabalhando a partir da história da arte brasileira, já falamos da pré-história
e da arte indígena. Antes de abordar a questão do descobrimento e da presença
portuguesa no Brasil, resolvi tratar da questão do imaginário europeu diante do
“novo mundo”.
Nos séculos XV e
XVI, quando ocorreram as grandes viagens marítimas, os europeus se depararam
com realidades que eram bastante estranhas para eles. O oceano era um lugar
onde reinava o imprevisível, ou seja, os navegadores não tinham certeza do que
poderia acontecer, nem do que poderiam encontrar pelo caminho. As informações
eram povoadas de mitos e superstições. Assim, ao partirem para as grandes viagens
pelo oceano, os navegadores tinham em mente as informações de livros sobre viagens
e também suas próprias crenças e mitos, que desde a Antiguidade povoavam
seus pensamentos.
Essa informações míticas e supersticiosas pertenciam quase todas à tradição grega:
Ctésias de Cnido em 398 antes de Cristo, já escrevia sobre a existência de
raças fantásticas como os ciápodas que possuíam um único e grande pé, os homens
peludos, sem cabeça, e que tinham os olhos nos ombros, etc; Plínio, em 77
depois de Cristo, também escrevia sobre os monstros e maravilhas que foram
avistadas na Índia, como seres antropófagos (que comiam carne humana), seres
andrógenos (que possuíam os dois sexos), etc. E tais informações foram sendo
adaptadas ao longo do tempo. Porém, em geral, mantiveram-se quase sem
alterações até o século XVI. Dessa forma pode-se entender o fato de os
navegadores europeus terem visto sereias, antípodas (criaturas com os pés
virados para
trás), cinocéfalos (criaturas com corpo humano e cabeça de cachorro que comiam
carne humana), ciclopes (monstro caracterizado por ter um único olho
no meio da testa), e outras tantas criaturas monstruosas e maravilhosas, quando
viajaram por regiões desconhecidas. ( Wanessa de Souza, O imaginário europeu,
as visões sobre o “Novo Mundo” e suas gentes) > Para ler o texto na integra
acesse : http://www.fafich.ufmg.br/pae/apoio/oimaginarioeuropeuasvisoessobreonovomundoesuasgentes.pdf
Partindo dessa idéia
de monstros e seres imaginários, propus as turmas que fizéssemos um desenho
monstro! Os alunos desenharam uma enorme quantidade de monstros e seres
fantásticos e depois colaram todos os pequenos desenhos sobre um papel craft
com a forma de um único monstro - que eles mesmos desenharam - cada turma fez o
seu próprio monstro. Foi muito divertido!
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